Estava em uma livraria e vi uma
cena que me deixou intrigada. Uma mãe, com dois filhos (uma menina e um menino)
viam alguns livros infantis tranquilamente e acabaram escolhendo um livro cada
um. Pensei comigo: olha só que bom! A mãe deixa os filhos escolherem o que eles
querem ler! Dentro de mim eu já estava dando os parabéns para essa mãe quando,
bastou pensar em elogio e a cena mudou de alegria e elogio prá feiura e tristeza.
Vejam só:
A mãe foi pagar pela compra e
logo que fez o pagamento, o menino de uns seis anos mais ou menos saiu na
frente e foi andando, sem perceber que a mãe parou num estande da própria loja
e ficou olhando os livros ali expostos. Quando ela percebeu que o filho não
estava ao lado da irmã e próximo a ela, foi logo falando alto e repreendendo o
garoto na frente de todos: “Cadê o João? Se ele não está aqui é porque está
fazendo arte! Tá correndo na frente e se escondendo da gente! Que papel
feio...” e aí o sermão foi disso prá pior, alto prá todo mundo ouvir! O menino,
sem entender nada do que se passava, foi logo se justificando dizendo prá mãe
que ele não tinha visto que ela havia parado e que ele continuou andando, indo
prá saída da livraria. Acho que
justamente porque ele começou a falar e a se justificar, essa mãe achou que o
filho a estava desacatando, sei lá, então, essa mãe, imbuída de todo o
autoritarismo, por achar que o filho estava sendo mal criado, acabou por
repreendê-lo na frente de todos que estavam ali perto, em tom áspero e bem alto!
Pais, por favo, não olhem somente
o que as crianças fazem ou falam, mas pensem no por quê elas respondem àquilo
que vocês dizem. Muitas vezes elas estão devolvendo a agressão que estão
recebendo; outras vezes, nem estão sendo agressivas, mas apenas explicando os
fatos. O grande problema é que com a vida agitada que os adultos levam, muitas
vezes nem dá prá perceberem o erro que cometem. Pior ainda: o adulto, por se
saber mais velho, acredita que a criança deva agir sempre com total submissão
em pleno século XXI. Ora, pais: estamos no ano de 2015, uma nova era de pensar,
de sentir, de agir e de se relacionar diante do mundo. Se vocês não
acompanharem a evolução do comportamento infanto-juvenil acabarão ficando para
trás. Ou será que já ficaram?
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