quarta-feira, 6 de maio de 2015

“Sem fazer arte! Mais alguma recomendação... deixa ver”

Estava em uma livraria e vi uma cena que me deixou intrigada. Uma mãe, com dois filhos (uma menina e um menino) viam alguns livros infantis tranquilamente e acabaram escolhendo um livro cada um. Pensei comigo: olha só que bom! A mãe deixa os filhos escolherem o que eles querem ler! Dentro de mim eu já estava dando os parabéns para essa mãe quando, bastou pensar em elogio e a cena mudou de alegria e elogio prá feiura e tristeza. Vejam só:

A mãe foi pagar pela compra e logo que fez o pagamento, o menino de uns seis anos mais ou menos saiu na frente e foi andando, sem perceber que a mãe parou num estande da própria loja e ficou olhando os livros ali expostos. Quando ela percebeu que o filho não estava ao lado da irmã e próximo a ela, foi logo falando alto e repreendendo o garoto na frente de todos: “Cadê o João? Se ele não está aqui é porque está fazendo arte! Tá correndo na frente e se escondendo da gente! Que papel feio...” e aí o sermão foi disso prá pior, alto prá todo mundo ouvir! O menino, sem entender nada do que se passava, foi logo se justificando dizendo prá mãe que ele não tinha visto que ela havia parado e que ele continuou andando, indo prá saída da livraria.  Acho que justamente porque ele começou a falar e a se justificar, essa mãe achou que o filho a estava desacatando, sei lá, então, essa mãe, imbuída de todo o autoritarismo, por achar que o filho estava sendo mal criado, acabou por repreendê-lo na frente de todos que estavam ali perto, em tom áspero e bem alto!


Pais, por favo, não olhem somente o que as crianças fazem ou falam, mas pensem no por quê elas respondem àquilo que vocês dizem. Muitas vezes elas estão devolvendo a agressão que estão recebendo; outras vezes, nem estão sendo agressivas, mas apenas explicando os fatos. O grande problema é que com a vida agitada que os adultos levam, muitas vezes nem dá prá perceberem o erro que cometem. Pior ainda: o adulto, por se saber mais velho, acredita que a criança deva agir sempre com total submissão em pleno século XXI. Ora, pais: estamos no ano de 2015, uma nova era de pensar, de sentir, de agir e de se relacionar diante do mundo. Se vocês não acompanharem a evolução do comportamento infanto-juvenil acabarão ficando para trás. Ou será que já ficaram?

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