Quando uma família tem dois ou
mais filhos, cada um tem a sua personalidade e jeito de ser, ou seja, tem aquele
que é quietinho, que estuda, que come direito, que não apresenta “problemas”...
e tem outro que dá o que pensar o tempo todo. Pois bem, geralmente os filhos
que não dão trabalho aos pais acabam recebendo um tratamento diferenciado ─
quase beirando ao esquecimento ─ porque os próprios pais acham que com esse
filho não tem com o que se preocupar! Engano de vocês!
Esta criança que recebe menor
atenção, ou carinho, por parte dos pais, pode se sentir injustiçada e, na
adolescência, começar a fazer efeito contrário: dar o que pensar! A base de
formação de todo ser humano se encontra na infância e, portanto, é uma fase que
merece de cuidados e atenção dobrados por parte dos adultos. Além disso, cada
adulto é uma referência para a criança, fazendo com que ela busque se espelhar
nesse adulto, seja pelo lado da semelhança, seja pelo lado da oposição; só isso
já exige de nós, adultos, que sejamos atentos com a forma como agimos em nossas
vidas e, principalmente, como agimos com as crianças, com nossos filhos,
independente do temperamento que cada um tem.
Um filho que dá menos trabalho,
não significa que ele saiba se virar sozinho, e nem que não tenha ”problemas”;
ao contrário, ele pode, sim, estar camuflando uma situação, ou até mesmo uma
frustração. Ele vê e ouve tanto os pais chamarem a atenção daquele que dá trabalho,
que pode acabar desenvolvendo uma atitude e um jeito camuflado de ser, cujo fio
condutor seja o medo e, para tal, o disfarce e a mentira acabam servindo de
escudo. Medo não é respeito, nem uma forma saudável de viver a vida. Medo é ter
um freio de mão sempre puxado, olhando para os lados para saber qual o melhor
jeito de ser diante daquele ambiente. Então, quando acentuamos, na criação dos
filhos, que o “ser bonzinho” não precisa de presença, nem de atenção, e que o
“problemático” precisa disso tudo de forma reforçada, vejam que informação
estamos passando para o desenvolvimento de nossos filhos! Pais: deem a mesma
atenção a ambos os tipos de temperamento. Sei que é difícil, mas é necessário!
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