sábado, 31 de março de 2012

O que você vai ser quando crescer?

Uma cantora, talvez...
Comecei este texto com uma pergunta, porque é muito frequente ouvi-la nas instituições de educação infantil e na família, e precisamos refletir sobre isso com consciência e seriedade. Fico questionando-me: será que uma criança pequena tem a obrigação de já saber qual profissão terá na fase adulta? Não é um exagero, por parte da família e da escola, fazer esta pergunta a uma criança de 4 ou 5 anos de idade? Para mim, parece absurdo!
Pior é quando os pais e familiares começam uma lavagem cerebral em seus filhos(as), escolhendo a profissão que eles gostariam que seus filhos(as) tivessem, não deixando que os pequenos vivam e façam suas escolhas, de acordo com as habilidades e competências de cada um.
Conheço algumas pessoas que cursaram uma faculdade, não porque queriam, mas porque os pais obrigaram, e depois de formados, entregaram seus diplomas aos familiares e seguiram suas vidas. Então questiono: a vida é tão curta, por que desperdiçar tanto tempo e dinheiro? Ainda bem que alguns conseguem sair dessas armadilhas, mas não são todos que conseguem fazer isso. Com certeza, os que não conseguem seguir suas escolhas, viverão infelizes na profissão e na vida, porque não foi respeitada a escolha, e sim, a projeção dos pais em uma carreira brilhante.
Projetar nos filhos as frustrações é bastante comum, não só no que diz respeito à profissão, mas também, em outros sentidos, como na prática de esportes e até mesmo na vida sentimental. Seria tudo tão mais simples e fácil, se os familiares entendessem que cada um tem de escolher uma profissão, a partir do que pensa, sente e dentro daquilo de que gosta. Fazer o que cada um gosta é tão prazeroso, e isto é a verdadeira felicidade.
Para que complicar a vida dos outros, se já é tão difícil ter de ganhar dinheiro para a sobrevivência diária. Para que viver na superfície da vida, na aparência e não viver de acordo com o seu eu, com sua essência de ser humano. Porque projetar nos outros as frustrações e não sair em  busca daquilo que realmente faz a pessoa feliz, seja em qualquer etapa da vida.
Deixem que as crianças sejam elas mesmas e vivam a infância. Educar e cuidar para que elas tenham seu bem-estar e direitos garantidos é nossa obrigação. Esse período da infância é tempo de brincadeiras, de experimentações, de vivências, de ampliar sua maneira de pensar, sentir e agir no mundo, por meio do conhecimento acumulado nas diversas culturas.
Não é tempo de pensar o que vai ser quando crescer, mas é tempo de viver o agora intensamente.

Um comentário:

  1. Perfeito, Dr. Vanda, simplesmente perfeito este artigo. Parabéns pela iniciativa e pelo blog.

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