Tenho acompanhado mais de perto algumas lições do ensino fundamental de uma escola particular onde estuda uma criança de 8 anos. Com esta idade ela tem várias disciplinas (Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História e Geografia, Inglês, Música, e Religião). Para cada disciplina, um livro em específico. Bem, cada dia a professora passa um ou dois conteúdos diferentes, manda de lição para casa exercícios nos livros e uma vez por bimestre um trabalho que vale nota, além das provas de cada disciplina.
Analisando esta criança percebo que ela não assimila tudo o que é dito durante aquele dia, portanto não gerou aprendizagem de fato. Outra observação é que cada conteúdo ou livro tem assuntos diferentes. Fico imaginando a cabeça desta criança; é como se fosse compartimentada. Agora a prenda matemática, então abra a caixinha da matemática, terminou, agora feche e abra a de Ciências, assim sucessivamente. A criança não é robô e precisa de aprendizagens significativas e que possuam sentido para a vida dela no dia a dia e não para aquele momento.
Muitas escolas agem desta forma tradicional de ensino. Pior, os pais pensam que estão dando uma educação de qualidade para seus filhos e não percebem que é justamente o contrário. Estão proporcionando aos mesmos que se tornem robotizados e respondam às questões do livro, da prova, do vestibular, mas que em nada contribuem para o seu cotidiano. Ouço constantemente reclamações de crianças e de adultos: “Para que estudar isto ou aquilo que eu nem sei para que vou usar?” Nossa educação precisa ser revista desde a educação infantil até o ensino superior; se quisermos que as pessoas sejam de fato capacitadas para exercerem uma função de qualidade no mercado de trabalho, precisamos rever o ensino tanto público quanto particular.
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