quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Maior... menor...

Muitas vezes nos esquecemos da noção de tamanho quando falamos para com as crianças pequenas. O que é maior? O que é menor? Claro que depende do tamanho de quem vê; por exemplo, eu tenho 1,75cm, então, todas as pessoas mais baixas do que eu são menores; agora, imaginem um bebê no chão, olhando para mim: devo parecer uma gigante perto dele, mas não é a mesma situação com relação à altura de uma criança de 4 anos... e assim, sucessivamente.

Muitas pessoas esquecem-se deste detalhe e verbalizam, no diminutivo, frases e nomes de objetos, para a criança, como se o mundo dela fosse tudo no diminutivo! E o que é pior: a criança ainda não sabe falar; precisa aprender o significado social de tudo o que a rodeia e os adultos acabam verbalizando, entre si, palavras e expressões diferentes, que não se acham no diminutivo ou com um apelido, como se fosse uma outra língua. Assim, vejam que não falamos para uma pessoa adulta: “senta na sua cadeirinha”, mas falamos assim para a criança. Pensem no que falam e como falam...


Outra situação que nos esquecemos, às vezes, é de verbalizar 10, 20, 30... quantas vezes for necessário, para que a criança fixe a linguagem em sua memória! Muitos adultos pensam que falando uma ou duas vezes já é o suficiente, e muitas vezes não é! A memória também é uma região do cérebro que precisa ser desenvolvida; localiza-se no hipocampo e se quiserem pesquisar sobre o assunto tem muita coisa interessante para se aprender e se conhecer sobre as diferentes memórias que temos. Nós não nascemos com a memória pronta; ela vai se formando de acordo com as vivências e as experiências; mas no caso da memória semântica, ou seja, a memória que adquirimos para gravar as palavras e o significado que elas têm, isso nós adquirimos de acordo com o meio ambiente e com as pessoas que estão à nossa volta nos ensinando e conversando. Então, como é que essa memória pode se formar nas crianças pequenas se elas ouvem sobre a mesma situação, ou o mesmo objeto, mas com diferentes palavras? Se elas ouvem, por exemplo, papá e, depois, comida?

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