Uma mãe me disse a frase acima,
perguntando o que ela deveria fazer com sua filha que, ao chegar em casa, no
horário do almoço, não tirava o uniforme e, quando sua mãe chegava do trabalho,
à noite, a menina ainda estava com o uniforme ─ sujo ─ e, pior, nem banho ainda
havia tomado. “Eu chego cansada e ela já deveria estar arrumada, de banho
tomado e me esperando para jantar e dormir... Todo dia é a mesma coisa, já
falei, já conversei, já briguei e até bati... mas de nada adiantou! O que eu devo fazer?”
Pelo tom da conversa pude
perceber que isto causava na mãe um grande desconforto, porém, perguntei –lhe
se ela trabalhava de uniforme na empresa e ela respondeu que sim; continuei a
minha indagação: “Quando você chega do trabalho, você tira o seu uniforme antes
de ir para a cozinha?” Ela respondeu que não, que quando ela chega vai imediatamente
preparar o jantar, depois lava a louça, põe a roupa na máquina, dá uma limpada
e organizada na casa , só depois é que vai tomar banho e se preparar para
dormir!
Pois bem, eu disse à mãe, que se
ela não estava dando o exemplo, como é que ela queria que sua filha fizesse
algo diferente do que ela estava vendo diariamente? Ou seja, se nem a mãe tira
o seu uniforme, como é que espera que a filha vá fazer? A mulher ficou
indignada comigo, mas depois de muita conversa ela me agradeceu, pois, nunca
tinha percebido a incoerência entre o que ela falava e o que fazia, de fato.
Passado algum tempo, eu perguntei de novo a ela como estava a questão dos
uniformes ─ dela e de sua filha. Ela me respondeu que a partir de nossa
conversa passou a tirar o uniforme assim que chegava à casa, e que a menina
também. Que sua vida havia mudado, pois ela havia percebido seus erros com relação
à educação que estava dando a sua filha, ou seja: “faça o que eu digo, mas não
faça o que eu faço!” Disse, também, que agora ela pensava várias vezes antes de
pedir algo à menina, tendo em vista que primeiro ela se sentia no dever de
verificar se a sua forma de agir era coerente com o que estava solicitando, ou
não! Assim, podemos perceber que essa é a atitude mais correta: pensar em nossas atitudes antes de exigir
posturas dos outros...
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