segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Criança agitada é diferente de TDAH

Hoje em dia é muito comum professores e pais confundirem o comportamento de crianças agitadas com hiperatividade. Vou explicar cada caso separadamente, para efeito didático.

As crianças hoje possuem muitos estímulos por meio dos recursos audiovisuais de internet, vídeos games, além de problemas familiares, por exemplo, pais que brigam constantemente perto dos filhos; que usam de violência física; que são separados e que quando se encontram competem entre si todo o tempo; que contraíram novo casamento e que a outra parte não se interessa pelo enteado (a); pais que demonstram gostar mais de um filho que de outro, parentes que interferem na educação dos filhos, na presença destes, enfim, é uma infinidade de situações que perfazem o ambiente familiar infantil da atualidade. Pois bem, isto tudo pode alterar o comportamento da criança ─ que está em pleno processo de desenvolvimento físico e emocional ─ possibilitando que ela se torne agitada, tensa, ansiosa... Outra situação a ser analisada é com relação à alimentação da criança: veja só, quando ela ingere comidas e bebidas que contenham cafeína, doces em excesso, condimentos e colorantes, excesso de embutidos, falta de regra com relação às refeições diárias incidindo em pouca variedade de alimentos, ou alimentação sem horário, isso também pode afetar e provocar distúrbios de comportamento gerando agitação ou até mesmo falta de concentração.

Já o TDAH é algo mais sério do que somente uma agitação momentânea. O transtorno do Déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é de origem neurobiológica, que aparece na infância e acompanha a pessoa por toda a sua vida. Os sintomas são: desatenção, inquietude e impulsividade. As crianças são ditas como “avoadas”, vivem no mundo da lua, estabanadas, ativas e ligadas o tempo todo, mas com pouquíssimo tempo em cada atividade ou situação, tendo sempre atitudes de dar início a algo, mas nunca concluir, mudando sempre o foco. Com isso, não conseguem acompanhar a leitura de uma história, um raciocínio ou uma ideia expressa por alguém, não conseguem dar continuidade a coisas começadas, têm dificuldades com regras e limites, com organização, sequência e ordem.
O TDAH precisa de um diagnóstico preciso por parte de uma equipe multidisciplinar, ou seja, uma avaliação profunda feita por vários profissionais juntos (médicos, psicólogos, psicopedagogos, professores) cada um elaborando um relatório sobre o comportamento e as atitudes da criança nos aspectos que se referem à sua motricidade, comunicação, sociabilidade, cognição, até que os profissionais da área da saúde possam tecer, em concordância, um diagnóstico sobre aquele aluno. Por isso, professores, cuidado! Não digam esta criança é hiperativa, ela tem TDAH! A sua formação não lhes confere essa habilidade!


Infelizmente vejo acontecer, com alguma frequência em escolas, crianças sendo rotuladas e “diagnosticadas” por profissionais da área da educação, sendo que as crianças nem ao menos passaram por nenhuma consulta com um profissional da área médica. Então, cuidado, professores! Vocês podem rotular uma criança de hiperativa quando, na verdade, ela somente está agitada por algum motivo familiar, ou até mesmo alimentar. Reflitam...

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