Hoje em dia é muito comum professores e pais confundirem o
comportamento de crianças agitadas com hiperatividade. Vou explicar cada caso
separadamente, para efeito didático.
As crianças hoje possuem muitos
estímulos por meio dos recursos audiovisuais de internet, vídeos games, além de
problemas familiares, por exemplo, pais que brigam constantemente perto dos filhos;
que usam de violência física; que são separados e que quando se encontram
competem entre si todo o tempo; que contraíram novo casamento e que a outra
parte não se interessa pelo enteado (a); pais que demonstram gostar mais de um
filho que de outro, parentes que interferem na educação dos filhos, na presença
destes, enfim, é uma infinidade de situações que perfazem o ambiente familiar
infantil da atualidade. Pois bem, isto tudo pode alterar o comportamento da
criança ─ que está em pleno processo de desenvolvimento físico e emocional ─
possibilitando que ela se torne agitada, tensa, ansiosa... Outra situação a ser
analisada é com relação à alimentação da criança: veja só, quando ela ingere
comidas e bebidas que contenham cafeína, doces em excesso, condimentos e
colorantes, excesso de embutidos, falta de regra com relação às refeições
diárias incidindo em pouca variedade de alimentos, ou alimentação sem horário,
isso também pode afetar e provocar distúrbios de comportamento gerando agitação
ou até mesmo falta de concentração.
Já o TDAH é algo mais sério do que somente uma
agitação momentânea. O transtorno do Déficit de atenção com hiperatividade (TDAH)
é de origem neurobiológica, que aparece na infância e acompanha a pessoa por
toda a sua vida. Os sintomas são: desatenção, inquietude e impulsividade. As
crianças são ditas como “avoadas”, vivem no mundo da lua, estabanadas, ativas e
ligadas o tempo todo, mas com pouquíssimo tempo em cada atividade ou situação,
tendo sempre atitudes de dar início a algo, mas nunca concluir, mudando sempre
o foco. Com isso, não conseguem acompanhar a leitura de uma história, um
raciocínio ou uma ideia expressa por alguém, não conseguem dar continuidade a
coisas começadas, têm dificuldades com regras e limites, com organização,
sequência e ordem.
O TDAH precisa de um diagnóstico preciso por
parte de uma equipe multidisciplinar, ou seja, uma avaliação profunda feita por
vários profissionais juntos (médicos, psicólogos, psicopedagogos, professores)
cada um elaborando um relatório sobre o comportamento e as atitudes da criança nos
aspectos que se referem à sua motricidade, comunicação, sociabilidade,
cognição, até que os profissionais da área da saúde possam tecer, em
concordância, um diagnóstico sobre aquele aluno. Por isso, professores,
cuidado! Não digam esta criança é hiperativa, ela tem TDAH! A sua formação não
lhes confere essa habilidade!
Infelizmente vejo acontecer, com alguma frequência
em escolas, crianças sendo rotuladas e “diagnosticadas” por profissionais da área
da educação, sendo que as crianças nem ao menos passaram por nenhuma consulta
com um profissional da área médica. Então, cuidado, professores! Vocês podem
rotular uma criança de hiperativa quando, na verdade, ela somente está agitada
por algum motivo familiar, ou até mesmo alimentar. Reflitam...
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