quinta-feira, 13 de agosto de 2015

“Põe chinelo, já falei! Vou contar até três...

...Um, dois, três... Nada! O que fazer? Já conversei com a minha filha de dois anos que ela tem que colocar o chinelo no pé nestes dias mais frios porque o chão está gelado e ela pode ficar gripada e com febre, mas ela não me obedece. Já comprei pantufas, meias antiderrapantes, e nada. Quando fico nervosa e ameaço bater ela ainda diz que está procurando o chinelo e não está achando. Socorro, o que devo fazer?”

Perguntei a esta mãe se todas as vezes que a criança ficava descalça ela ficava com febre e resfriada; a mãe me disse que não, que era uma ou outra, mas que dizia assim para que a filha ficasse assustada e temerosa de uma nova gripe, e aí colocasse o chinelo.

Pois então, meus queridos pais: para quê fazer um carnaval de batalha e de ameaças por causa de um simples chinelo? Quando falamos algo, antes que aconteça, acabamos por sugestionar o cérebro da criança e é bem capaz que ela adoeça, tendo em vista o fato de ter ouvido várias vezes a mesma ordem, com ênfase e, talvez, gritaria! Claro que haverá uma indução de sugestão e é bem provável que a criança acabe ficando doente, sim! Ora, por que não deixar a criança brincar sem chinelo ou, então, se o chão estiver realmente frio, tente colocar tapetes nos locais onde ela costuma brincar, caso isso venha a lhe trazer mais segurança quanto a impedir que a friagem penetre nos pezinhos. Mas lembre-se de que há crianças que sentem mais frio que outras, e há algumas bem calorentas, já que cada uma tem uma temperatura corporal; além disso, dependendo da brincadeira que está se realizando, o movimento também pode aquecer mais a criança que o adulto que está ali quieto, sentado observando. Isso é muito importante de se lembrar, ou seja, elas estão sempre agitadas, brincando, pulando e não sentem tanto frio como nós, adultos.


E tem mais: conversar sobre a importância de se colocar chinelo, com alguém de dois anos, que vive no mundo imediatista decorrente da própria idade, é jogar seu tempo e saliva fora. Não exija de alguém tão pequeno uma atitude de adulto. A mãe, do exemplo acima, ainda me repetia que falava todas às vezes sobre a importância do chinelo para que a filha não ficasse doente... Bem, então eu lhe perguntei quantas vezes ela mandava a filha escovar os dentes, e ela me respondeu que todas as noites e que, ainda assim, ela nunca se lembrava sozinha. Claro, mãe! Sua criança só tem dois anos, e tem atitudes de crianças com esta idade! O errado seria se com tão pouca idade ela já soubesse fazer tudo, lembrar-se de todas as coisas e se comportasse como você, adulto, quer. Neste sentido eu ficaria muito preocupada; o contrário está dentro do desenvolvimento natural da idade.

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