segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Com crianças de três a cinco anos: qual é o papel do adulto nesta idade?

Pois bem: nesta idade já ocorreu o despertar da autoconsciência, mas, calma! Não comecem a achar que a criança pode se lembrar de tudo e saber de tudo, porque ela só tem quatro ou cinco anos. O cérebro da criança, até certo ponto já está pronto para a pequena possibilidade de memória a partir dos três anos de idade; as primeiras lembranças de nossa infância acontecem bem neste período.

É uma idade muito rica e é importante que saibamos que não devemos ensinar conceitos abstratos para as crianças porque elas precisam formar imagens mentais, e só o fazem a partir do que conhecem concretamente. Por exemplo: se querem que ela se lembre do que seja uma maçã, a criança precisa conhecer o que seja uma maçã de verdade. O pensar, nesta fase de três a cinco anos, acontece de forma adequada se forem proporcionadas vivências concretas para a criança experimentar.

Nesta fase, a criança começa a criar histórias e a imaginar situações: novos objetos se transformam em sua mente fantasiosa, desde um pedaço de madeira que pode se transformar em um avião, até um pouquinho de areia que transforma em um delicioso bolinho de chuva! Mas lembrem-se sempre: ela só realiza essa transformação se conhecer, por exemplo, o que vem a ser um avião, ou um bolinho de chuva! Ninguém imagina nada do nada; tudo precisa ser imaginado a partir de um modelo que conhecemos. Pode ser que a criança nunca tenha entrado em um avião, mas já o conhece por meio de filmes, desenhos, fotos, brinquedos... Então, neste sentido, ela imagina o pedaço de madeira como avião a partir do repertório que ela tenha do que vem a ser, realmente, um avião.


Neste período também surgem muitas perguntas: perguntam sobre a vida, a morte, sobre Deus, sobre a natureza e sobre ela mesma e os outros... Então, é importante responder de forma correta e, mais do que isto, perguntar antes sobre o que ela sabe a respeito do assunto em questão, porque é importante conhecer o universo de seu pensamento infantil, e não avançar trazendo abordagens  que pertencem ao referencial adulto. O que não podemos é deixar a criança sem respostas, ou com respostas erradas, porque há pessoas maliciosas que gostam de responder de forma inadequada, oferecendo à criança um mundo falso de conceitos e de pontos de vista. Então, para que isto não aconteça, devemos conhecer o pensamento infantil para dar a resposta que a criança quer e precisa saber, e não as respostas que achamos que devemos dar! 

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