A
criança só constrói sua autonomia e sua identidade na relação com outro. A
consciência de quem somos só acontece quando nos deparamos uns com os outros em
nossas relações sociais. Vou dar um exemplo para ilustrar melhor o que quero
dizer.
A
criança precisa ver em outros colegas, ou até mesmo nos adultos que estão à sua
volta, atitudes de comer sozinho com garfo e faca, de beber suco, água, ou
mesmo o leite em copo ou xícara, sem derrubar ou se sujar, enfim, atitudes de
autonomia que tem a ver com a alimentação, com a higiene e com a organização de
seu próprio entorno. Isso é muito importante para que a criança possa aprender
e ter vontade de ─ ela também ─ adquirir esse conhecimento e autonomia. Ela
precisa observar e ver como as pessoas
se vestem ─ e isso não tem a ver com moda ─ por que a maneira como nos vestimos
tem a ver com a identidade de cada um e
com o lugar onde usamos/trajamos determinadas roupas ou acessórios. Nossa
maneira de vestir, de comer, de falar, de
gesticular, revela a nossa forma de ser e o lugar onde estamos em
determinado momento, realçando a nossa identidade.
A
criança precisa conviver com várias pessoas ─ crianças e adultos ─ para que ela
possa aprender a discernir o seu eu, a sua forma de pensar, sentir e agir no
mundo. Isto é uma construção coletiva por meio da qual se formam as culturas.
Cada cultura tem a sua forma de pensar, sentir e agir; por isto, não existe
certo e/ou errado no mundo. Existe a formação do “eu” que se dá com o outro, e
vice-versa. A atribuição de significados individuais depende de cada um e da
cultura onde estamos inseridos.
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