quarta-feira, 23 de abril de 2014

Autonomia e identidade: construção coletiva

A criança só constrói sua autonomia e sua identidade na relação com outro. A consciência de quem somos só acontece quando nos deparamos uns com os outros em nossas relações sociais. Vou dar um exemplo para ilustrar melhor o que quero dizer.

A criança precisa ver em outros colegas, ou até mesmo nos adultos que estão à sua volta, atitudes de comer sozinho com garfo e faca, de beber suco, água, ou mesmo o leite em copo ou xícara, sem derrubar ou se sujar, enfim, atitudes de autonomia que tem a ver com a alimentação, com a higiene e com a organização de seu próprio entorno. Isso é muito importante para que a criança possa aprender e ter vontade de ─ ela também ─ adquirir esse conhecimento e autonomia. Ela precisa observar e ver como as  pessoas se vestem ─ e isso não tem a ver com moda ─ por que a maneira como nos vestimos tem a ver com a  identidade de cada um e com o lugar onde usamos/trajamos determinadas roupas ou acessórios. Nossa maneira de vestir, de comer, de falar, de  gesticular, revela a nossa forma de ser e o lugar onde estamos em determinado momento, realçando a nossa identidade.


A criança precisa conviver com várias pessoas ─ crianças e adultos ─ para que ela possa aprender a discernir o seu eu, a sua forma de pensar, sentir e agir no mundo. Isto é uma construção coletiva por meio da qual se formam as culturas. Cada cultura tem a sua forma de pensar, sentir e agir; por isto, não existe certo e/ou errado no mundo. Existe a formação do “eu” que se dá com o outro, e vice-versa. A atribuição de significados individuais depende de cada um e da cultura onde estamos inseridos.

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