terça-feira, 8 de abril de 2014

Exploração de objetos: o que isto significa de fato?

Explorar é um convite à ação, é mexer, virar, jogar no chão, verificar seu tamanho, peso, altura, largura, comprimento, é perceber se tem cheiro, se tem cor, se é liso ou rugoso, enfim, é sentir o objeto em toda sua extensão física. Mas como fazer isto se falamos para as crianças o tempo todo, “não mexe aí”?

As crianças precisam interagir com o objeto para que seu cérebro possa estabelecer conexões e se desenvolver; mais do que isto, é necessário que as sinapses ocorram de tal forma que as crianças possam aprender que há diferenças entre os diversos objetos que existem no mundo. Podemos ensinar o nome das cores, mas a percepção das diferenças entre elas é algo que precisa ser efetivado por meio de suas estruturas mentais (seu cérebro). Esta percepção só acontecerá se as crianças puderem experimentar novas sensações sempre. Portanto, quando digo que é necessário variar os estímulos em sala de aula/espaço de referência é por que as crianças precisam que seu cérebro estabeleça novas aprendizagens e isto só acontecerá se os materiais e o ambiente estiverem proporcionando tais experiências.


Quando vou às instituições de educação infantil e vejo caixas de brinquedos intactas, muitas vezes guardadas na sala da coordenação, fico triste porque sei que as crianças não podem mexer nestes jogos e brinquedos. Ora! As prateleiras não precisam estabelecer diferenças porque são de madeira; mas as crianças precisam! Por favor, não cometam este crime, porque estão perdendo oportunidades de aprendizagens que farão toda a diferença na vida adolescente e adulta deste ser humano.  Madeira não é gente, e gente miúda precisa brincar, explorar, quebrar... por que não? Se nem mesmo nós ficaremos para sempre neste mundo ─ um dia morreremos─ por que os jogos e brinquedos precisam ser eternos?

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