Explorar
é um convite à ação, é mexer, virar, jogar no chão, verificar seu tamanho,
peso, altura, largura, comprimento, é perceber se tem cheiro, se tem cor, se é
liso ou rugoso, enfim, é sentir o objeto em toda sua extensão física. Mas como
fazer isto se falamos para as crianças o tempo todo, “não mexe aí”?
As
crianças precisam interagir com o objeto para que seu cérebro possa estabelecer
conexões e se desenvolver; mais do que isto, é necessário que as sinapses
ocorram de tal forma que as crianças possam aprender que há diferenças entre os
diversos objetos que existem no mundo. Podemos ensinar o nome das cores, mas a
percepção das diferenças entre elas é algo que precisa ser efetivado por meio
de suas estruturas mentais (seu cérebro). Esta percepção só acontecerá se as
crianças puderem experimentar novas sensações sempre. Portanto, quando digo que
é necessário variar os estímulos em sala de aula/espaço de referência é por que
as crianças precisam que seu cérebro estabeleça novas aprendizagens e isto só
acontecerá se os materiais e o ambiente estiverem proporcionando tais
experiências.
Quando
vou às instituições de educação infantil e vejo caixas de brinquedos intactas,
muitas vezes guardadas na sala da coordenação, fico triste porque sei que as
crianças não podem mexer nestes jogos e brinquedos. Ora! As prateleiras não
precisam estabelecer diferenças porque são de madeira; mas as crianças
precisam! Por favor, não cometam este crime, porque estão perdendo
oportunidades de aprendizagens que farão toda a diferença na vida adolescente e
adulta deste ser humano. Madeira não é
gente, e gente miúda precisa brincar, explorar, quebrar... por que não? Se nem
mesmo nós ficaremos para sempre neste mundo ─ um dia morreremos─ por que os
jogos e brinquedos precisam ser eternos?
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