sexta-feira, 11 de abril de 2014

Dificuldades cotidianas: conflito entre gerações

“Tenho dificuldade em compreender a geração do meu filho. Quando minha mãe olhava torto para nós ─ eu e meus irmãos ─ nós ficávamos quietos na hora; agora eu olho torto para o meu filho e ele tira sarro de mim!”. Comecei o texto já com esta fala por que foi uma pergunta de uma mãe desesperada em uma de minhas redes sociais. Ela queria a minha ajuda. Vamos às explicações...

Eu também sou da geração que a minha mãe olhava torto e nós, os filhos, ficávamos imediatamente quietos! Mas eu pergunto agora, se nós ficávamos quietos porque entendíamos o que estávamos fazendo, ou simplesmente por medo, porque sabíamos das conseqüências... que o castigo viria galopante, muitas vezes na base dos tapas mesmo, e  esta é que era a verdade! E como apanhar dói e constrange muito, então para não doer e para não nos sentirmos expostos uns diante dos outros, ficávamos quietos fazendo de conta de estávamos entendendo e concordando com o corretivo! Era assim, ou não era com vocês que leem este texto agora?


Pois bem, os tempos mudaram, a sociedade mudou e, com isto, os comportamentos infantis também mudaram. As crianças obtêm informações a todo momento, sabem que existe ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), Conselho Tutelar, etc. Então, quando um adulto chama a atenção de um filho e este ri, ou acha engraçado, ou mesmo imita o pai/mãe diante da observação que está sendo feita, isso não significa que eles estejam demonstrando falta de respeito! Muitas vezes eles acham engraçadas as caretas que fazemos quando ficamos incomodados ou constrangidos diante de uma atitude de um filho/criança em público. Além disso, é muito comum elas quererem comparar a situação com a de um artista em determinado programa humorístico, seja na TV ou no computador! A criança precisa entender a lógica dos fatos e das argumentações convincentes para que possa compreender realmente o que se passa. Por exemplo, se ela quebra um copo e a mãe olha torto, se ela vem correndo e escorrega no tapete da entrada, quase batendo a cabeça no batente da porta... o que essas situações tem a ver com receber um olhar torto e irritado? Nada! Absolutamente nada! Melhor seria que a mãe explicasse a situação de distração (quebrar o copo) ou a situação de correr de modo impulsivo para chegar a determinado lugar (escorregar no tapete), do que somente olhar! O mundo está mudando e a cada geração surgem os conflitos que fazem com que se possa pensar e repensar que, querer educar o filho da mesma forma como lhe foi transmitido/ensinado, isso não funciona mais!

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