Entrei
para fazer uma visita em uma instituição de ensino, quando me deparo com um
cartaz de rotina, de centopeia, posto bem no meio da parede, nas quais em cada
bolinha da centopeia existiam pequenos cartões de cartolina branca escritos
assim:
Oração; chamada; calendário;
roda de conversa; higiene; lanche;
higiene; repouso/leitura; saída.
Esta
era a ordem. Fiquei pensando em como seriam as
quatro horas de trabalho diária com as crianças, todos os dias....
Fiquei pensando que com essa rotina pobre, a educação infantil passa a ser
vivenciada mais como uma função assistencialista, preocupada somente com os cuidados e não com
o Educar, de fato! Onde estão as atividades e/ou situações significativas
individuais, em duplas, em pequenos grupos, ou com a turma toda?
Era
uma sala de crianças de cinco anos, e com aquele tipo de cartaz não se percebia
sentido algum; era, “apenas”, um cartaz de rotina para as crianças. Outra
observação importante: não havia figuras, mas somente as palavras escritas;
então, vem a pergunta: Se as crianças de cinco anos não estão alfabetizadas,
como poderão identificar a rotina neste cartaz? Se existissem figuras, por
exemplo, de personagens escovando os dentes, ou até mesmo um tubo de pasta
dental na hora da escovação dos dentes, talvez faria algum sentido para elas...
Mas, Não! Tratava-se, apenas, de horários colados e fixos na centopeia, ou
seja, rotina rígida, sem flexibilidade para ser construída. Olho para esse tipo
de cartaz e fico pensando o que se passa na mente dos professores que não
percebem estes detalhes tão importantes, ou melhor, reproduzem práticas sem
significado algum? Embora a parede esteja bonita, toda colorida, o quê, de
fato, está contribuindo para a aprendizagem das crianças?
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