sexta-feira, 23 de maio de 2014

Qualidade de vida nos primeiros sete anos de vida

Por que é tão importante a primeira infância? Porque este período é a base de formação do cérebro (cognição) e da autoestima (afeto) de todo ser humano. Os cuidados devem começar desde o pré-natal porque desde esse período estão se formando as estruturas mentais que compõem o cérebro de qualquer ser humano.  É na gestação que o cérebro é formado e as conexões entre as células nervosas são estabelecidas, garantindo a organização fundamental para comportamentos característicos que virão mais tarde, como andar, saber se comunicar e se expressar diante das emoções vivenciadas, aprender a lógica e as operações mentais complexas que compõem o pensar e o modo de ser da  vida adulta, dentre outros.

Crianças pouco estimuladas nesta idade  ─ de zero a sete anos ─ podem apresentar dificuldades de aprendizagem e sociabilidade porque seus cérebros não tiveram a oportunidade de utilizar todo o potencial de organização de suas redes neurais.


Um lar saudável e rico de vivências e experimentações, com muito carinho e respeito, com bons exemplos e uma boa instituição de ensino infantil ─ nos primeiros sete anos de vida da criança ─ podem fazer diferenças significativas para o desenvolvimento integral e integrado desta criança em sua vida futura, quando ela vir a se tornar um adolescente ou um adulto. Não existem crianças que não aprendem! É preciso se lembrar que cada indivíduo tem o seu ritmo e o seu processo de aprendizagem. E que o que cada um é, sente e demonstra, acaba sendo a somatória e os resultados do funcionamento de um sistema nervoso ─ estimulado, ou não ─,  junto com a interação do corpo  com o ambiente, ou seja, dessa criança com o mundo que a  rodeia. Aprendizagem depende de um cérebro em pleno funcionamento, saudável, rico de experiências positivas, quer seja pelo contato/experiências com objetos e/ou pessoas que as rodeiam, como de um ambiente rico de respeito, atenção e bons exemplos de socialização. Só um fator ou outro não é suficiente. Aprendemos com jogos, brinquedos e brincadeiras, mas também aprendemos sobre o afeto nas interações entre crianças x crianças e crianças x adultos. Não somos apenas cognição ou somente afeto! Somos os dois, ao mesmo tempo! As bases de estruturação e desenvolvimento do cérebro, seja com relação à cognição ou à afetividade, pertence a esse período da vida da criança, e nós, pais e/ou educadores, somos os responsáveis pelos fatores que virão na vida adolescente e adulta de um ser humano. Trata-se de uma grande responsabilidade, além de um desafio constante e, para que isto aconteça de forma saudável, são necessários adultos conscientes de seu papel diante desta faixa etária infantil. No entanto, nem sempre vejo isto acontecer em lares e em instituições de ensino de que ouço falar ou dos quais, às vezes,  freqüento! É uma pena porque quem tem a perder ─ e muito ─ com isto, são somente as crianças...

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