domingo, 27 de maio de 2012

Hora da roda de conversa: fala sensível


Este momento na rotina da educação infantil é de extrema relevância, se feito de maneira correta.  É a hora da expressão da fala sensível e também do ouvir o outro. Ela pode acontecer sempre que for necessário partilhar algum assunto de interesse do grupo, seja para decidir o que fazer ou até mesmo para conversar sobre a vida. O que não pode é ser um monólogo, em que a professora somente pergunta e muitas vezes até induz as respostas das crianças para aquilo que ela acha importante para o grupo e não para o que seja efetivamente do desejo deles.

Este tempo não pode ser burocrático ou de conversas óbvias, mas sim uma experiência de construção de laços de afetividades, de encontros e desencontros, de diálogo, de identidades e subjetividades, de respeito, de histórias partilhadas, emergindo a dimensão expressiva da linguagem.

Como é bom falar e ser ouvido por alguém. Vivemos num mundo bastante acelerado, que a prática da conversa, da expressão de sentimentos, está sendo esquecida, quer seja na família ou até mesmo nas instituições de educação. Se há algum tempo as famílias sentavam-se a suas mesas para se alimentar e conversar, hoje, com o mundo moderno e rápido, muitas vezes isto não acontece mais.  Acabamos não sabendo o que se passa com o outro que está tão perto, mas, ao mesmo tempo, tão distante de nós.

Falar e ouvir com respeito, poder expressar os sentimentos e emoções são ações que devem ser ensinadas às crianças. E nada melhor do que aproveitar esta prática na roda de conversa. Professores deixem as crianças falarem e se expressarem sobre determinado assunto sem pressa e sem a sensação de que estão perdendo tempo. É claro que esta prática precisa ser organizada, não dá para todo mundo falar ao mesmo tempo, mas isto é aprender a conviver em grupo.

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