quinta-feira, 3 de março de 2016

Atividade sem sentido: Saci geométrico.

Era agosto, mês que comemoramos o folclore brasileiro em nossas escolas. Histórias de Saci, mula sem cabeça e outras faziam parte do repertório deste mês. Teatros, músicas e pinturas dos personagens também estavam previstas pela professora de educação infantil (5anos); até aí, tudo parecia perfeito, afinal, temos que ensinar às crianças o nosso folclore para que ele não se perca diante de tanta inovação tecnológica. Mas tudo o que é bom dura pouco...

A professora colocou um papel pardo grudado na parede e algumas figuras geométricas (um círculo grande, um quadrado, três retângulos todos marrom escuro e um triângulo vermelho). Ela trabalhou com as crianças o nome das figuras geométricas e as cores. Perguntou como eles poderiam fazer o Saci com aquelas figuras. As crianças até que conseguiram fazer o tal boneco com as figuras geométricas, mas Pedro perguntou: professora meu corpo não é quadrado e nem minhas pernas são assim. Adorei a esperteza deste menino. A professora respondeu: “é quase igual, veja nossas pernas são compridas e se parecem com um retângulo, faz de conta Pedro, use a imaginação”.

Tive vontade de estrangular esta professora, ensinando errado, colocando a imaginação para criar coisas que não existem e, além disto, trabalhando de forma preconceituosa e com desrespeito a uma figura do nosso folclore brasileiro.


Quer ensinar formas geométricas use os blocos lógicos, relacione com as figuras do nosso cotidiano, por exemplo, a carteira, os cadernos, a sala de aula, se é quadrada ou retangular. Existem tantas maneiras para se ensinar figuras geométricas de forma que a aprendizagem seja, de fato, pela experiência de vida da criança, por que insistir em usar um personagem transformando-o em figuras totalmente fora da realidade das crianças? Depois elas não aprendem e a culpa acaba recaindo sobre elas que não prestaram atenção ou que possuem dificuldades de aprendizagem. Quem tem dificuldade de ensino aqui é esta professora, isto sim. Quanto absurdo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário