Era agosto, mês que comemoramos o
folclore brasileiro em nossas escolas. Histórias de Saci, mula sem cabeça e
outras faziam parte do repertório deste mês. Teatros, músicas e pinturas dos
personagens também estavam previstas pela professora de educação infantil
(5anos); até aí, tudo parecia perfeito, afinal, temos que ensinar às crianças o
nosso folclore para que ele não se perca diante de tanta inovação tecnológica.
Mas tudo o que é bom dura pouco...
A professora colocou um papel
pardo grudado na parede e algumas figuras geométricas (um círculo grande, um
quadrado, três retângulos todos marrom escuro e um triângulo vermelho). Ela
trabalhou com as crianças o nome das figuras geométricas e as cores. Perguntou
como eles poderiam fazer o Saci com aquelas figuras. As crianças até que
conseguiram fazer o tal boneco com as figuras geométricas, mas Pedro perguntou:
professora meu corpo não é quadrado e nem minhas pernas são assim. Adorei a
esperteza deste menino. A professora respondeu: “é quase igual, veja nossas
pernas são compridas e se parecem com um retângulo, faz de conta Pedro, use a
imaginação”.
Tive vontade de estrangular esta
professora, ensinando errado, colocando a imaginação para criar coisas que não
existem e, além disto, trabalhando de forma preconceituosa e com desrespeito a
uma figura do nosso folclore brasileiro.
Quer ensinar formas geométricas
use os blocos lógicos, relacione com as figuras do nosso cotidiano, por exemplo,
a carteira, os cadernos, a sala de aula, se é quadrada ou retangular. Existem
tantas maneiras para se ensinar figuras geométricas de forma que a aprendizagem
seja, de fato, pela experiência de vida da criança, por que insistir em usar um
personagem transformando-o em figuras totalmente fora da realidade das crianças?
Depois elas não aprendem e a culpa acaba recaindo sobre elas que não prestaram
atenção ou que possuem dificuldades de aprendizagem. Quem tem dificuldade de
ensino aqui é esta professora, isto sim. Quanto absurdo!
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