Está sendo realizada, em nível
nacional, uma discussão sobre uma reforma no currículo da base curricular comum
para todo o território nacional. Isso tem gerado inúmeras discussões em todos
os âmbitos, do governo às entidades civis. Alguns conteúdos que faziam parte do
currículo comum estão sendo deixado de lado e outros, novos, estão sendo
colocados. A discussão gira principalmente em torno de História e Literatura.
Querem retirar história da humanidade e colocar a história indígena e
afro-brasileira.
Toda esta discussão gira em torno
da qualidade de ensino, porém, para mim, qualidade requer mais do que
simplesmente troca de conteúdos. Precisamos equipar nossas escolas em todos os
sentidos, laboratórios de geografia, de história, de matemática, de língua
portuguesa, de educação física. No meu entendimento, todas as disciplinas
deveriam ter a mesma quantidade de carga horária distribuídas durante a semana,
em tempo integral, mas isto não acontece! Geralmente os currículos propõem mais
aulas de português e matemática em detrimento de outras disciplinas. Não há
exercício de democracia nem mesmo na quantidade de aulas dadas. Assim sendo, se
há um privilegio em detrimento de outras, no meu conceito isto é propor uma
desigualdade já na escola fundamental.
Viajando para Portugal, no ano
passado, achei muito interessante a divisão que fazem no que corresponde ao
nosso ensino fundamental: eles estudam Português, Matemática e Estudo do Meio
(geografia, ciências e história), além de terem aula de Inglês, desde a
primeira série do ensino fundamental; mas essas aulas não eram chatas “to be or
note to be”, mas sim aprendiam a língua conversando com a professora em inglês.
Isto na escola pública. Estamos longe de resolver nossos problemas
educacionais, mas, para mim, o que precisamos fazer não é alterar currículo,
mas sim a forma como este é trabalhado em sala de aula. Aprendizagem pela
experiência é bem mais rica a partir de uma metodologia que precisa ser desenvolvida
baseada no real, no concreto, no que existe de fato. Por exemplo, aprender
erosão num terreno de erosão e não por meio de desenhos sem sentido algum. Ver
um filme sobre erosão, mas principalmente saber combatê-la para preservação da
natureza. Assim, quando se estudar o tema “Erosão”, pode-se estudar geografia,
história e ciências ao mesmo tempo, ou seja, estudando o meio dentro de uma
realidade na qual vivemos. Como assim? O espaço da erosão é geografia, a ação
do homem naquela terra e a sua utilização para sobrevivência é história; e a
forma como combatê-la é ciências. Além disto, se lermos e interpretarmos algum
texto sobre o assunto é língua portuguesa; e o tamanho da erosão é matemática.
Este tema proporciona atividades interdisciplinares de forma real. Agora, ele
também pode ser dado sem sentido algum dentro de um texto pronto, no qual as
crianças apenas respondem às questões e pintam ─ no máximo ─ um desenho sem
sentido! Dá para comparar?
Então, tudo depende de como o
professor trabalha os temas do currículo! Para mim, esta discussão deveria ser
em como trabalhar de forma atual os conteúdos que precisam ser aprendidos, de
maneira a proporcionar aprendizagens e conhecimento de fato, possibilitando aos
alunos aplicarem, depois, em sua prática diária o conhecimento adquirido, caso
necessitem. Aprendizagem pela experiência é unir a aprendizagem escolar com a
realidade na qual se vive!
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