terça-feira, 8 de março de 2016

O que é combinado não sai caro.

Comecei este texto com um ditado popular porque ele refletirá um cartaz de combinados que vi em uma das minhas redes sociais, e eu não poderia deixar de comentar devido aos personagens usados e as regras criadas para eles; o pior é que a professora estava achando que fez algo muito significativo para a aprendizagem de seus alunos de cinco anos de idade!  O cartaz de combinados usava a turma da Mônica como referencial de figuras. Para cada figura existia uma regra e ao todo eram 10 regras. O cartaz era separado por quadrinhos como se fosse um gibi. Vou comentar somente algumas delas aqui.

1-      Existia uma figura dos quatro personagens principais: Monica, Cebolinha, Cascão e Magali todos de mãos dadas uns com os outros e a seguinte frase embaixo da figura: RESPEITAR UNS AOS OUTROS. Todos nós que conhecemos estes personagens sabemos que não há respeito uns pelos outros, pelo contrário: a Mônica vive agredindo o Cebolinha com o coelho, batendo mesmo nele. Antagônico usar estes personagens para dar exemplo de respeito.

2-      Em outra figura existia uma cesta de lixo central e três personagens em volta dele jogando bolinhas de papel dentro do cesto. Aqui os personagens eram: Cebolinha, Monica e Magali, o cascão estava de fora, claro, ele não é referência de limpeza, uma vez que não gosta de tomar banho! 
3-      A Mônica estava como professora em outro quadrinho, com uma vara na mão, e o Cebolinha e a Magali estavam sentados em carteiras um atrás do outro e os dizeres eram: FALAR EM VOZ BAIXA.

Poderia analisar todos aqui, mas estes já dão uma noção do que quero lhes dizer: Combinados devem ter figuras da própria sala como exemplo. Que tal tirar uma foto de uma criança que usa a lixeira corretamente e colar no cartaz como exemplo? Outro fator importante: estes personagens não são exemplos de limpeza, pelo contrário.

Outra dica: quando todos os alunos estiverem fazendo uma brincadeira e respeitando as regras, tire fotos e exiba-as como reforço positivo. O exemplo tem que vir deles mesmos; isto é significativo para o grupo e também é saudável, pois dá unidade e identidade ao próprio grupo.


Muitas vezes ficamos ansiosos para querer deixar a sala pronta para quando os alunos chegarem, e aí acabamos deixando as regras fixadas na parede, como sinal de organização. Não é assim que funciona! As regras precisam ser construídas de acordo com a necessidade do grupo em questão. Por exemplo, se não há problemas com a lixeira neste grupo, para quê ter esta regra? Professores: reflitam sobre seus atos para não cometerem erros absurdos! Cuidado para depois não terem que reclamar dizendo que os alunos não possuem regras, que os combinados não funcionam... também, como é possível uma criança ─ a sala toda!─ se identificar com estes personagens? O ideal é poder se identificar com o amigo que está em sua própria sala, fazendo parte de seu cotidiano! Trabalhem regras com reforços positivos em vez de usar os “Nãos”! Use-os como exemplo positivo, por exemplo: “Marina joga o lixo direito na lixeira de nossa sala, parabéns Marina!” Olhem a diferença! 

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