Uma
menina estava andando com sua mãe pela rua apressadamente. A mãe se esqueceu
que seu passo é muito maior do que o da menina, e a mesma começou a chorar. A
mãe, com pressa e sem perceber a situação à qual garotinha se achava diante do
cansaço da caminhada, disse: “Engole este choro!”
Quantas
e quantas vezes nós, adultos, gostaríamos de expressar nossas emoções e
sentimentos e não o fazemos porque, quando crianças, fomos ensinados a ter que
engolir nossas lágrimas? Como um despropósito deste tipo pode acontecer e nos
prejudicar tanto, seja em nível emocional, seja em um nível ainda mais
concreto! Afinal, como engolir o choro se ele sai pelos olhos e não pela boca?
Este
tipo de comportamento, como o desta mãe, ainda é muito comum em nossa cultura.
Seja qual for a justificativa que o adulto tenha para dar em relação a proceder
dessa forma com uma criança, fato é que por esses procedimentos vão se formando
adultos sem respeito uns para com os outros, sem os sentimentos de consideração
e de compaixão! Afinal de contas, quando
crianças um dia são obrigadas a engolir o choro, em outro elas se nutrem por
colocar medos nos mais próximos, adoram dar sustos, acham engraçado quando veem
outra pessoa em alguma dificuldade ou desconforto, machucam ou maltratam
animais, enfim, essas crianças receberam a educação da violência e da
desconsideração e acabaram por aprender a calar o que sentem! Depois disso
tudo, nós, os adultos que as educamos para a vida, queremos que elas sejam
pessoas saudáveis tanto física como emocionalmente? Como é possível ser saudável se, quando
crianças, foram educadas de forma a
sufocarem ─ e dissimularem ─ o pensar, o sentir e o agir? Fiquei pensando nessa
menina! Coitada! Desde cedo está sendo obrigada a abafar o que sente,
justamente quando deveria ser incentivada a expressar suas emoções para
resolver seus conflitos internos de insegurança, tão naturais e característicos
desse período da vida que se desenvolve! Quantos problemas futuros de saúde, de
comportamento e até mesmo de aprendizagem poderiam ser evitados se pensássemos
em ajudar as crianças a conviverem, neste mundo, de forma mais verdadeira, com
equilíbrio e naturalidade, e não simplesmente abafadas e adestradas!
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