quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Você tem que ver como ele está feliz dentro do cercadinho...

Vi esta cena outro dia: uma criança dentro do cercadinho, totalmente sem motivação, quase já dormindo, e a mãe falando ao telefone para o pai da criança! Achei um absurdo e, pior, a criança acabou dormindo ali e ela não se preocupou com nada; e ainda me disse assim: “ o que você acha do cercadinho? Eu adoro porque assim ele fica lá quietinho e nem tem perigo de cair e se machucar, e eu posso fazer minhas coisas sossegadamente. Olha como ele se sente bem lá; até dorme”! Eu estava de visita na casa, junto com outras pessoas, não conhecia direito nem a mãe, nem o pai, e a mãe queria minha aprovação para o que ela estava fazendo porque sabia que eu escrevo para pais e professores.

Não sou contra o cercadinho não, não é isto! Mas deixar a criança lá por muito tempo, até mesmo dormir lá, neste sentido eu não concordo! A criança precisa ter liberdade para explorar o mundo a sua volta, novas texturas, sensações térmicas... e como fará isto se fica trancado dentro de um lugar sempre do mesmo jeito? Uma criança pequena precisa engatinhar no chão, sentir em seu corpinho se o chão é de madeira, de carpete, piso frio... isso estimula as terminações nervosas de seu cérebro que está em franco processo de descobertas e desenvolvimento! Precisa se movimentar, se esticar, deitar, rolar no chão... e o cercadinho não proporciona espaço suficiente para isto.

Nem sempre o que é cômodo para a mãe é o mais correto em termos de exploração e estimulação para a criança. Todo bebê precisa de novas aprendizagens, e isto é o ambiente que proporciona. Se o mesmo fica horas e horas, dias e dias no mesmo lugar, como poderão ocorrer novas ligações sinápticas em seu cérebro e, consequentemente, novas sensações e aprendizagens?


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