terça-feira, 21 de outubro de 2014

Tome: faça um lindo desenho!

Vi esta cena em uma instituição de educação infantil:  a professora deu o papel, os lápis de cor, alguns moldes, e pediu que a criança fizesse um lindo desenho. A menina em questão tinha 5 anos, não usou o molde que a professora lhe havia dado, e quando terminou foi mostrar para a professora, a qual lhe disse:  ... “mas este não foi o desenho que eu mandei você fazer!” Acabou rasgando o que a menina havia feito e lhe deu outra folha, pedindo que ela fizesse novamente,  igual os coleguinhas. A garota começou a chorar e não queria mais fazer nada. Para piorar a situação, a professora falou rispidamente com a criança, e verbalizou assim: “aqui quem manda sou eu! Se os  seus amigos já fizeram o desenho, por que você não vai fazer?” Essa atitude da professora fez gerar ainda mais constrangimento porque a criança chorava  cada vez mais.

Vamos às reflexões: não sou contra moldes e nem desenhos prontos para as crianças pintarem; algumas gostam de fazer isto porque, para estas, o que importa é pintar sobre uma figura pronta, bem delineada e bem traçada. O que precisamos ver é que não valorizar o desenho feito pela criança e, ainda por cima, rasgar e jogar fora por que a professora queria que todos seguissem um modelo determinado por ela, isto é um despropósito! Além disso, a menina acabou sofrendo agressões verbais e emocionais muito severas para sua idade, porque ela estava tão feliz indo mostrar o que tinha feito... e acabou levando  um balde de água fria! Houve uma ruptura muito grande do contentamento para a infelicidade, seguida de choro e vergonha perante seus colegas, e também diante de alguns adultos que ali estavam presentes! 


Pior ainda: a professora me indagou assim: “Você que sabe tudo de criança, o que eu faço para que esta menina me obedeça? “Bom, nem preciso dizer que contei até mil para não brigar com a professora! Saí de perto e disse que outro dia nós conversaríamos e que ela tentasse se acalmar. Vocês devem estar se perguntando, por que a Vanda reagiu assim? É que, muitas vezes, dependendo do estado de alteração de uma pessoa, não adianta você conversar naquele momento; é necessário baixar os neurotransmissores (de raiva) do cérebro, para que ela volte ao equilíbrio e possa pensar sobre o que foi feito. Em estados emocionais alterados não adianta nada, somente iria piorar a situação e quem iria sofrer mais danos seria a criança, já que na cabeça desta profissional,  ela estava certa em tudo o que fazia! Entenderam?  

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