quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Aula de caipira, eita história boa só!

Em uma cidade do interior de São Paulo, chamada Bragança Paulista, aconteceu uma história que fará com que repensemos muito os nossos conceitos. Uma família estava construindo sua casa e ali estavam vários e vários operários da construção.  O filho de nove anos conversava e se identificava muito com eles.

Era começo de semestre e sua mãe estava organizando a agenda colocando-o em várias aulas particulares como natação, inglês e futebol. Sua semana estava completa, de manhã aula normal e, à tarde, aulas complementares; mas na sexta-feira à tarde ele tinha uma folga. O menino, muito inteligente, fez a seguinte indagação para sua mãe: “Mãe, já que eu tenho ainda um dia livre,  me coloca na aula de caipira?” A mãe, espantada ,não entendeu nada. Mas aí ele explicou que o que ele queria mesmo não era aula de inglês porque ele não tinha ninguém prá conversar que falasse inglês, mas queria fazer aula de caipira prá poder conversar com os pedreiros, prá entender o que eles falavam e conseguir falar igual a eles! Bem, aposto como vocês estão rindo. Eu também achei graça nesta história até o momento que parei para analisá-la.


Olha como o menino tinha afeto pelos operários da construção civil, e como estes eram importantes para ele, pois tinha necessidade de entender e se comunicar melhor com essas pessoas que, na verdade, eram as pessoas com quem ele sentia vontade de conversar, de compreender o que falavam, as histórias que contavam e as explicações e os ensinamentos que vinham das experiências de trabalhar na construção civil!  Vejam que com tantas aulas estipuladas na agenda e tendo um dia sobrando, ele queria aprender a falar caipira para entender e ser entendido dentro de uma situação que realmente lhe interessava!  Esta atitude do garoto diante dos operários-amigos chama-se empatia, identificação.  Para ele, conseguir se comunicar  com os operários da construção era muito mais importante e significativo que as outras aulas que sua mãe o colocava para fazer. Que lindo! Parabéns para este garoto! Só torço para que a sociedade não o corrompa no sentido de fazê-lo mudar e passar a valorizar as pessoas apenas pelas aparências! Vejam que a sua atitude traz a espontaneidade e a sinceridade da criança que vê, no outro, a essência do que uma pessoa é, independente de valores sociais ou monetários.

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