Em
uma cidade do interior de São Paulo, chamada Bragança Paulista, aconteceu uma
história que fará com que repensemos muito os nossos conceitos. Uma família
estava construindo sua casa e ali estavam vários e vários operários da
construção. O filho de nove anos
conversava e se identificava muito com eles.
Era
começo de semestre e sua mãe estava organizando a agenda colocando-o em várias
aulas particulares como natação, inglês e futebol. Sua semana estava completa,
de manhã aula normal e, à tarde, aulas complementares; mas na sexta-feira à
tarde ele tinha uma folga. O menino, muito inteligente, fez a seguinte
indagação para sua mãe: “Mãe, já que eu tenho ainda um dia livre, me coloca na aula de caipira?” A mãe, espantada
,não entendeu nada. Mas aí ele explicou que o que ele queria mesmo não era aula
de inglês porque ele não tinha ninguém prá conversar que falasse inglês, mas
queria fazer aula de caipira prá poder conversar com os pedreiros, prá entender
o que eles falavam e conseguir falar igual a eles! Bem, aposto como vocês estão
rindo. Eu também achei graça nesta história até o momento que parei para
analisá-la.
Olha
como o menino tinha afeto pelos operários da construção civil, e como estes
eram importantes para ele, pois tinha necessidade de entender e se comunicar
melhor com essas pessoas que, na verdade, eram as pessoas com quem ele sentia
vontade de conversar, de compreender o que falavam, as histórias que contavam e
as explicações e os ensinamentos que vinham das experiências de trabalhar na
construção civil! Vejam que com tantas
aulas estipuladas na agenda e tendo um dia sobrando, ele queria aprender a
falar caipira para entender e ser entendido dentro de uma situação que
realmente lhe interessava! Esta atitude
do garoto diante dos operários-amigos chama-se empatia, identificação. Para ele, conseguir se comunicar com os operários da construção era muito mais
importante e significativo que as outras aulas que sua mãe o colocava para
fazer. Que lindo! Parabéns para este garoto! Só torço para que a sociedade não
o corrompa no sentido de fazê-lo mudar e passar a valorizar as pessoas apenas
pelas aparências! Vejam que a sua atitude traz a espontaneidade e a sinceridade
da criança que vê, no outro, a essência do que uma pessoa é, independente de
valores sociais ou monetários.
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